07 April, 2020

Pescador

Com o tempo a gente entende que apenas jogamos as redes, o mais é por conta do acaso, e em alguns casos, o acaso é guiado por Deus.
Aprendi a deixar Deus fazer tudo e não mais a me limitar no pedir a ajuda dEle, Resolvi deixar Ele fazer, enquanto eu apenas observo a rede mergulhada no mar dos acontecimentos.
Estou aprendendo a ser pescador e, assim, calmamente tomar posicionamentos direcionados pelos objetivos, é o ato de parar em frente à praia e olhar o mar infinito, e dele tirar o que se quer, aonde o tudo e o nada se confundem na imensidão azul. Estou aprendendo a colocar os pés descalços na água, girar a rede e, por mais que nada eu veja, joga-la no tudo ou nada.
Entendi que devo esperar de coração bem aberto o que o mar dá, e se me der muita sujeira, também saber limpar a rede, cuidar dela e novamente joga-la. Assim posso ver com exatidão o que tenho e o que quero ter, consigo ver melhor as coisas “inúteis” que vêem nas redes, pois um coração aberto não significa que seja um coração que aceita o que vier, ao contrário, está aberto ao que vê, mas seletivo para o que quer ter, pois na vida de um pescador, maior é a quantidade de coisas a serem jogadas de volta ao mar, do que exatamente as coisas que dele devem ser guardadas.
Eis que entendi, “olha minha rede Senhor! Sou um simples pescador que deve tudo ao mar”. Entendi a dívida de gratidão que é a Tua eterna Graça.
É por isso que hoje eu prefiro pedir a Deus que faça o tudo, no mais, eu espero para puxar a rede - É diferente de pedir a ajuda dEle, pois desta maneira, eu assumo a luta esperando que Ele me apóie nas dificuldades e, ao contrário, quando Ele faz, me sinto em débito, como se tudo que eu fosse ou tivesse não representasse algum mérito meu e não estivesse realmente em minhas mãos, mas temporariamente emprestado... é, acho que entendi o que é viver nas mãos de Deus.

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