20 December, 2005

Ao Próximo Ano

Terminar um ano é voltar à vergonha de tantos objetivos frustrados.
Mas agora será diferente, prometo.
- Vou escolher eu mesmo o que devo perder.

E das escolhas que faço hoje,
decido por deixar de lado as meras opções corretas,
a decepcionar as muitas pessoas certas
e a abandonar os objetivos mais importantes.

Quero os destinos menos rigorosos,
Dos caminhos os mais belos portos.
Desistirei de todos os projetos que eu puder,
Enfim terei coragem de perder.

Prometo que os amigos mais amados serão todos esquecidos,
Que as intenções (boas e más) estarão bem definidas.
E os desejos, bom os desejos farão tudo acontecer.

Tudo em nome do mais verdadeiro e concreto termo - ser simples.
(Caio Kaiel)

09 December, 2005

A Fantástica Visão do Céu

Não sei explicar como tudo aconteceu, lembro de poucos detalhes. Mas fato é, eu estive envolto a uma imensa luz. Continuamente, desde então, sinti uma paz incomparável a qualquer "boa" sensação que eu tivesse sentido nalgum dia de minha existência, aliás, demorou para eu lembrar que tive uma “vida”, por isso eu posso afirmar que no céu todas as coisas perderam completamente os significados. Acabei ficando pouco tempo, pois uma "amável" intervenção médica terminou a melhor vida que tive até hoje, descrevo o que vi.

Finalmente lá estive eu deitado no imenso gramado perfeitamente verde. Perto de mim apenas algumas árvores e, no horizonte, o infinito céu multicolorido. Detalhe importante, estive sozinho - acredito até que fui para lá exatamente porque aprendi a viver sozinho sem ser solitário - quanta Bênção!

Não sei quanto tempo fiquei naquela contemplação, mas que insensatez minha, nem existia tempo lá, enfim, comecei a marcar as coisas pelas ações que eu tomava. Assim, Contemplei até levantar, depois andei sem rumo, apenas isso. O que eu queria era conhecer o que tinha pra lá do infinito; alvo fácil de ser atingido, bastou eu querer, e fui.

Pra lá do horizonte eu vi uma imensa construção, mais do que isso, uma exagerada de uma imensa construção. Nela uma enorme porta de alguns quilômetros de altura, por outros tantos de largura – aberta, obviamente.
Adentrei num saguão magnífico, adornado de diamantes e de outras pedras que não conheço, além disso, muito mármore (o que me fez rir exageradamente, pois no céu tem mármore italiano).
Distanciei muitos horizontes da porta até encontrar uma mesinha, sim, isso mesmo, uma mesinha com um computador (acredito que era um Aplee já amarelado, mas funcionava muito bem. Do lado de lá da mesinha havia uma senhora de baixa estatura, cujo nariz equilibrava um imenso óculos sem lentes, foi o que percebi, juro, ops... ninguém jura.

Aproximei-me da senhora e a primeira dificuldade foi puxar uma conversa, na terra eu costumava dar bom dia nas aproximações, e agora? Não tem dia no céu... Resolvi tudo apenas dizendo: Aleluia!
A senhora olhou e disse – “rapaz de sorte, é segunda-feira, por isso estamos tranqüilos... se fosse sexta ou sábado você estaria vivendo sua 'primeira' eternidade numa fila.” – “você sabe seu nome?”... Meu nome é Caio, logo respondi. Contudo, ela se referia ao outro nome que eu receberia no céu... as coisas estavam começando a fazer sentido e eu me assustava dizendo – “não é que a Bíblia estava certinha mesmo!?”.
Depois disso a senhora começou a digitar, rápido e olhando por baixo dos óculos, quase que sem respirar, até que ela parou, olhou fundo nos meus olhos e disse:

“Qual é o CNPJ?”
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