
Entre falsos profetas, guerras e desastres, dos sinais de Sua vinda, o esfriamento do Amor de muitos é o que me causa maior terror - Jesus disse: “E por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mateus 24.12).
Vemos crescer o pecado como algo de certa forma "normal" aos infiéis, e o mal, como característica do “mundo”, é o saco aonde jogamos todas as nossas incertezas e repúdios daquilo que em nossa essência mais gostamos “na carne”, e por medo e insegurança decidimos deixar de lado; mas junto com a corrupção, pornografia e todas as formas de banalização sexual, violência nas ruas e nos lares, entre outros, nos afastamos de algo muito importante, vidas perdidas – ou seja, deixa-se de amar alguém pelo cigarro que fuma, ou pela cachaça que bebe. E, desta forma, o pecado faz separação entre nós e eles, por conseqüência, entre o pecador e Deus – minha culpa.
Em nome da purificação, diante de tantas coisas ruins, acabamos por decidir no isolamento daquele saco que chamamos de "mundo" e das vidas que deixamos lá dentro. Assim, preferimos a “boa vivência” na proteção da ignorância. Contudo, não nos damos conta de que, para início de conversa, fazemos parte deste mundo e, além disso, que estaremos nos inserindo no contexto da iniqüidade corrosiva na medida em que negamos o Amor ao próximo. Mas o próximo é sujo e pecador, é mundo e merece ser cuspido e ignorado pela minha santidade.
Em João 17:15 Cristo pede ao Pai para que não sejamos tirados do mundo, mas que Ele nos proteja do mal, ou seja, é nosso dever estarmos inseridos no mundo, por mais que não façamos mais parte com ele (como diz os versículos 11 a 14 deste mesmo texto). Conclusão é que não fomos convertidos do mundo para sermos isolados dele, mas sermos a Luz de Deus aos amados ainda não encontrados.
Outra coisa, mais estranha ainda, é o esfriamento do amor entre o povo de Deus que, ao contrário de estar correspondendo a ordem divina de amar, está preocupado com as “necessidades pessoais”, “realizações”, “projetos”, “MINISTÉRIOS”, “OBRAS” etc. E o que se pensa é mais importante sobre e o que é devido (amar é cláusula pétrea).
É a iniqüidade deste individualismo que torna os relacionamentos cada vez mais superficiais e cada vez mais efêmeros diante das pequenas dificuldades, esquecendo-se os irmãos que não são os “espinhos” das diferenças que inviabilizam um relacionamento (na verdade, os “espinhos” o amadurecem), o que inviabiliza um relacionamento é o egoísmo, o orgulho e a imaturidade perante o choque do aprendizado gerado pela construção que é o Amor em conhecimento.
Por isso vemos tantas pessoas solitárias DENTRO DAS IGREJAS e jovens que trocam o amor pela frieza e imaturidade de um breve momento superficial. Ou que disfarçam suas solidões e falta de Amor em meio a tanto trabalho a Deus.
- perante o “mundo”, sou puro demais e assim quero crer.
- perante os irmãos, há conflitos almáticos mal resolvidos, intratáveis pela auto-negação.
O Apóstolo Paulo, em I Co 13, fala de um amor paciente, que não se perde diante da primeira crise ou desilusão; bondoso ao próximo, humilde. Um amor que não se comporta de forma inconveniente, altruísta e está sempre procurando atender o interesse dos outros e não o seu próprio apenas. É também um amor que não se ira facilmente, que não guarda rancor, que não se alegra com a injustiça, mas que salta de júbilo quando a verdade triunfa. É um amor que sabe que o sofrimento sempre acompanha aquele que ama. Um amor que se sustenta sob fundamentos sólidos e verdadeiros, que não tem a pressa dos egoístas, mas que sabe esperar e possui uma enorme capacidade de suportar adversidades.