26 June, 2006

TUA SEDE

Se és pó, tua alma geme como o vento.
Triste. Desenhando montanhas de areia,
Aquelas que nunca chegam a existir.

Em teu deserto ainda caminhas.
Como eu, sabes o que deves procurar.
Sentidos, sentidos. Apenas seguir.

Mas como amigo devo dizer,
Nada encontrarás no deserto.
Além do próprio pó. És o pó.
Apenas a ti mesmo verás.

Deuteronômio 8: 2-4.
“E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os Seus mandamentos, ou não”.
“E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem”.


[Deus sabe o que há no coração de seus filhos, mas eles, em seus próprios, não... As dificuldades não são provas reais da capacidade dos homens a Deus (Ele já a conhece), mas a eles mesmos, para que todo homem entenda sua real necessidade].

09 June, 2006

Às Águas Tranquilas

Eu estava em alto mar, perigosamente oscilando entre os bruscos e poderosos deslocamentos de gigantescas ondas. O Céu fechado era espelho da agitação que me cercava, porque não dizer, era o espelho da minha alma - eu já não sabia o que fazer.

Mas nenhuma tempestade começa assim, e eu buscava em minha mente as origens daquela dificuldade; lembrei dos primeiros ventos estranhos, depois alguma agitação da maré e pequenas formações de nuvens, mas há alguns instantes tudo passara despercebido. Erro fatal ao pescador desatento, que deve estar certo das águas por onde vive, porque sabe o quanto pode ser perigoso o descuido de não conhecer das variações do tempo e saber tomar as direções mais seguras - nos menores erros estão as maiores quedas.

Gostaria que você, caro leitor, percebesse o quanto foi chamado a ser pescador. Se como nesta vocação souber viver/sobreviver - compreendendo que você pode determinar sobre as tormentas ao saber enxergar os detalhes dos seus anúncios – certamente viverá a verdadeira Paz.

Verdadeiramente é difícil entender a origem dos conflitos. Mas o primeiro erro é o costume de apenas perceber os momentos de dificuldades somente no meio das maiores tormentas, jamais antes delas – não há cuidado por saber qual o próximo momento, nem mesmo de aprender a enxergá-lo. Depois disso, normalmente colocamos toda a culpa em uma essência auto-destrutiva, “gauche”, da alma humana. Mas a grande questão, que procuro levantar, é sobre o relapso demonstrado na total falta de controle da própria vida, este sim o é o grande perigo.

Trazendo a lição dos dias em alto mar, compreendo que o aprimoramento do cristão deve caminhar em direção ao entendimento de que ele precisará estar sempre atento às mudanças dos ventos e às oscilações da maré, e diante delas deve conhecer o melhor caminho, nem sempre o mais agradável, mas sempre o mais seguro. Disso depende o pescador em estar vivo no próximo dia. Aqui, diante da vida, se você decide apenas “deixar as coisas acontecerem” não reclame das dificuldades, pois você mesmo decidiu passar por elas.

O que tenho a dizer sobre isso é que da mesma maneira como o pescador precisa ficar atento às mudanças do tempo para antever as tempestades e vence-las sem as surpresas dos relapsos, o cristão precisa se cuidar da aparência do mal e não se deixar ser levado por ela.
Mesmo assim, muitos preferem chamar os cuidados da contaminação com o mundo de religiosidade, outros rotulam a essência da vida cristã de fundamentalismo/”carolice”. Eu prefiro chamar de excelência, autenticidade, pureza cristã - vida.

É difícil, eu mesmo já caí, e costumeiramente caio no mesmo erro: de não me importar com a sutil proximidade entre o pecado e a minha consciência, ignorando os “pequenos” exageros doutrinários impostos pela chamada igreja dominadora e decadente (o engraçado é que ela é chamada de decadente e dominadora exatamente pelos que não a respeitam e caíram dela, mas isso é outra história), mas o fim disso é uma imensa tempestade que começa exatamente quando me deixo acostumar com o errado – quando muitos preferem crer que sexo fora do casamento é normal (e isso começa quando aceito aquele pensamento tão insignificante e "natural"), e também, no mesmo raciocínio, outras tantas pequenas “normalidades” deste tempo, que acabam por substituir o sagrado (limpo que exige-se estar sempre limpo) pelo sujo.

Filipenses 4:8-9 diz,
"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus de paz será convosco”
Não se deixe acostumar com o errado – “Abstende-vos de toda espécie de mal” (I Ts 5:22), antes, “Seja a vossa prudência conhecida de todos” (Fl 4:5). Aí então viverá em Paz - "Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus". (Fl 4:6)