29 June, 2007

Sacrifício - Gn 22:2


















Assusta-me sentir o frio desta pedra na qual estou deitado, e seu gélido pavor penetra no mais profundo da minha alma, fazendo-me tremer o corpo inteiro.
À minha frente apenas o céu.
Sua quietude aumenta meu desespero nisso que não vejo de tão imenso, que é o infinito adiante.
Eu sei, estou na palma da mão do próprio Deus.

Deste mundo, duas coisas me revelam que ainda não morri: o vento, próximo e distante, movendo-se rápido pelas montanhas, lembrando que o tempo não parou, por enquanto; e as batidas rápidas do meu coração, audíveis, tamanho silêncio me envolve.
É só o que me lembra vida, nada mais.

Desejei estar aqui, frente a frente Contigo.
Tantas vezes lhe chamei O nome, mas agora estou querendo fugir, pular desta pedra e me esconder de Tua face, por quão terrível és.
Tanto mais perto de Ti estou que me vejo aos poucos morrendo; nu e aflito por falta de qualquer anseio no qual eu ainda possa me segurar.

No entanto, as coisas perderam seus valores.
“Eu Confuso”, procurando existir, querendo morrer.
Assim eu vou vivendo e morrendo cada dia em Tua presença.